Região Norte do País: Central de Cuamba para breve

Seg, 16/04/2018 - 08:45

Foi assinado, no dia 16 de Abril de 2018, um Memorando de Entendimento entre a Electricidade de Moçambique, E.P. e a empresa CMEC (China Machinery Engineering Corporation) que estabelece o termos para a realização do estudo de viabilidade para a construção da Central Térmica de Cuamba, na província do Niassa. A iniciar este mês, o estudo deverá levar entre 8 e 10 meses, findo o qual será lançado um concurso para construção da nova central

O projecto da construção da central em Cuamba está inserido no Plano Estratégico do Governo e visa massificar as fontes de produção de energia na região norte do País, sabido que esta depende apenas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa.

O Memorando foi assinado pelo Administrador Carlos Yum, em representação da EDM e pelo senhor Mário Qing, da CMEC, na presença do Presidente do Conselho de Administração da EDM, Mateus Magala, do Governador do Niassa, Arlindo Chilundo, dos Membros do CA e alguns directores convidados para a cerimónia.

Mateus Magala no uso da palavra disse que este acordo deve trazer resultados positivos para se recuperar o investimento. Referiu ainda que o mais importante é que o projecto vai elevar a qualidade de vida das populações, porque terão energia de qualidade e fiável. O PCA da EDM recordou que a Empresa tem tido prejuízos no fornecimento de energia eléctrica na região norte devido às perdas originadas pelo comprimento das linhas de transporte.

Do ponto de vista económico, disse que a energia é fundamental na região norte para garantir o desenvolvimento de indústrias e consequentemente transformar a vida das populações.

“Estamos a dar um passo muito importante na materialização das recomendações do Presidente da República, Filipe Nyusi, que indicam o aproveitamento do potencial energético existente para impulsionar o desenvolvimento da província de Niassa, que é um potencial em recursos naturais”, referiu.

Por sua vez, o representante da CMEC, Mário Qing, assegurou que a sua empresa está pronta para iniciar o trabalho em uma semana.

O Governador da Província de Niassa, Arlindo Chilundo, visivelmente satisfeito com a assinatura do memorando, disse que o aproveitamento das potencialidades energéticas da província de Niassa enquadra-se também no Plano Estratégico do Governo da província. “Niassa tem muitos recursos naturais, mas faltam infra-estruturas eléctricas”, afirmou. Chilundo destacou que cerca de17 por cento da população é que tem acesso a energia eléctrica e falta energia para industrializar a província.

“Temos em vista a construção de uma fábrica de cimento com capacidade para 240 mil toneladas por ano, prevemos a construção de uma unidade de processamento de grafite, em Nipepe, com capacidade de 50 mil toneladas, outra de produção de 60 mil toneladas de granito, processamento de madeira, entre outras infra-estruturas”, apontou O Governador de Niassa terminou dizendo que só na última campanha agrícola foram produzidos cerca 952 mil toneladas, correspondentes a produção caseira.

“A ENERGIA VAI RESOLVER MUITOS PROBLEMAS” - Filipe Nyusi na inauguração da rede eléctrica de Derre

O Presidente da República, Filipe Nyusi, orientou, no passado dia 6 de Abril, a cerimónia de inauguração da rede eléctrica do distrito de Derre, na Zambézia, criado por iniciativa do Conselho de Ministros. Falando na ocasião para centenas de pessoas que testemunharam a cerimónia, Nyusi disse que a energia eléctrica é o principal impulsionador de desenvolvimento de qualquer sociedade mas “é necessário que todos se envolvam no trabalho para que o futuro seja brilhante”.

Derre está ligado à Rede Nacional de Energia da EDM desde o dia 19 de Dezembro de 2017, respondendo, assim, à pretensão do Governo que pretende consolidar o distrito como unidade principal de organização e funcionamento da administração local do Estado; consolidar novos pólos de desenvolvimento com vista ao combate à pobreza e aproximar os centros de decisão política, administrativa e económica junto da população.

Derre, Luabo e Mulevala, na Zambézia,e Doa, em Tete, fazem parte do projecto de electrificação concebido pela EDM que, junto do Governo, mobilizou um financiamento no valor global de aproximadamente 18,4 Milhões de Dólares Americanos para electrificar as 4 sedes distritais acima mencionadas.

O projecto de electrificação de Derre consistiu na construção de uma linha de transporte de energia eléctrica a 33kV ao longo de 86Km a partir de Morrumbala. As localidades situadas entre Morrumbala e Derre vão também ser beneficiadas com o projecto, pois, foram montados 15 postos de transformação, construída uma linha de baixa tensão ao longo de 16 km e instalação de 90 candeeiros de iluminação pública. Numa primeira fase, serão ligados 1000 novos consumidores. No total, a EDM vai aplicou nesta sede distrital 112 milhões de meticais.

Falando para centenas de pessoas que seguiam a cerimónia oficial de ligação de Derre à Rede da EDM, o PR informou que a electrificação de Derre é resultado de uma promessa feita pela EDM quando, em Setembro, o PCA Mateus Magala efectuou uma visita à província da Zambézia. Nessa altura, aquele dirigente garantiu que as festas de natal, de 2017, seriam passadas de forma diferente, uma vez que a população já poderia conservar melhor os produtos frescos e, quiçá, investir em novos negócios aumentando a sua renda com a criação de moageiras, serralharias, talhos e outras actividades que dependem de energia eléctrica para o seu funcionamento pleno.

“A energia eléctrica é o impulsionador principal para o desenvolvimento; sem energia não poderemos ter as nossas escolas, hospitais e fábricas a funcionar devidamente”, disse o PR. O Administrador de Derre, Santiago Marques, visivelmente satisfeito com a chegada de energia ao distrito, recordou que este facto vem mostrar que o Governo preocupa-se com o bem-estar da população. De acordo com o administrador, o distrito dependia de grupos geradores para a sua iluminação, acarretando custos elevados insuportáveis pela sua administração.

Recorde-se que grande parte dos trabalhadores contratados para a obra fazem parte dos residentes locais, aliás, uma prática comum em todos os projectos de electrificação rural levados à cabo pela EDM.

Alberto Ruca, dono de um estabelecimento comercial em Derre, disse que vai passar, agora, a comercializar outros produtos que antes era quase impossível pensar neles, como é o caso de electrodomésticos.

Lica Ndeua, parteira, manifestou também o seu agrado pela electrificação do distrito, “agora poderemos estender o horário de atendimento às parturientes e garantir a conservação de medicamentos”, disse.

Flipe Nyusi recordou, num breve comício de improviso a necessidade de se conservar o equipamento e infra-estruturas montadas pela EDM: “temos aqui no nosso seio inimigos do desenvolvimento, pessoas que não ficam satisfeitas em ver o nosso interesse em promover e acarinhar uma vida melhor para as populações. Pedimos que sejam vigilantes porque o equipamento que está a ser montado é mais vosso que da EDM”.

O próximo local a ser energizado é Mulevala, região agreste no interior da província da Zambézia, local de difícil acesso mesmo para o equipamento pesado da EDM, onde serão construídos 113Km de Linha de Média Tensão, a 33kV, desde Mocuba até Mulevala; 30 Km de rede de baixa tensão para ligação de 1000 novos consumidores, montados 15 postos de transformação e 120 candeeiros de iluminação pública. Para a concretização deste projecto, a EDM está a investir 167 milhões de meticais.

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