A Electricidade de Moçambique (EDM) revelou esta terça-feira, 11 de Outubro, que pretende tornar o País no principal centro de geração de energia até 2030, com o intuito de atrair mais investimentos e, deste modo, suprir o défice de energia que se verifica ao nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Falando durante a 59.ª Reunião Geral da Southern Africa Power Pool (SAPP), que decorre entre os dias 11 a 13 de Outubro na cidade de Maputo, o Director de Operações de Mercado da EDM, Luís Ganje, afirmou que, de um modo geral, ao nível da região da SADC, observa-se um défice de energia de cerca de sete gigawatts entre os países interligados.
O responsável referiu que aquele défice diz respeito sobretudo à África do Sul, que recentemente verificou apagões em certas cidades. “Este é o maior mercado ao nível regional, daí que poderá recorrer à SAPP para suprir as suas necessidades internas, ou seja, os países vizinhos têm oportunidade de fazer investimentos nas áreas de geração e transmissão para responder à demanda da África do Sul”, explicou.
Para Luís Ganje, a situação vivida naquele país representa uma oportunidade de investimento, uma vez que” Moçambique se posiciona como um dos maiores exportadores de energia na SADC, é um país com excedente de energia, que consegue vender no mercado”.
“O défice de energia na região é muito maior que a capacidade de produção de Moçambique, neste momento. Mas é nesse âmbito que o País está a trabalhar para se tornar um pólo de geração de energia na região da SADC. Temos vários projectos em curso para responder a esta situação na região. Naturalmente que é um processo, mas, até 2030, com a entrada em operação do projecto Mphanda Nkuwa e os demais, Moçambique vai tornar-se no centro de geração, não só para atender a nível nacional, mas também para atender às necessidades da SADC”, enfatizou o responsável.
A fonte acrescentou ainda que a EDM espera alcançar o acesso universal e expandir os sistemas de geração de energia até 2030 no âmbito do projecto Energia para Todos. “Temos o Programa de Leilões de Energias Renováveis (PROLER) que, até 2025, irá injectar na rede cerca de 200 megawatts a partir de fontes solares, e é esta energia que contamos vender no mercado regional junto com as outras fontes”, revelou.
“Neste momento não estamos a exportar energias renováveis, temos a produção de cerca de 30 megawatts na Central Solar de Mocuba que se destina ao consumo doméstico e, com os projectos que estamos a implementar e os outros que estão em fase de construção, vamos começar a exportar energia através de fontes renováveis”, acrescentou.
A SAPP foi criada com o objectivo de, conjuntamente com os países da região da SADC, através das empresas de electricidade, desenvolver actividades com vista a suprir as necessidades de energia, permitindo que países com excedente possam vendê-la aos países com défice. (DE)
