MOÇAMBIQUE E NORUEGA COMPROMETIDOS COM A RESILIÊNCIA DA REDE ELÉCTRICA NACIONAL FACE AOS DESASTRES NATURAIS
A Electricidade de Moçambique, E. P. (EDM) e o Reino da Noruega rubricaram, hoje, 12 de Dezembro de 2025, um Acordo de Cooperação no valor 30 milhões de Coroas Norueguesas, equivalente a cerca de 190 milhões de Meticais, destinado ao financiamento ao Fundo de Resiliência e Resposta a Desastres Naturais, um mecanismo gerido por uma equipa especializada da EDM e destinado a garantir o acesso da população à electricidade, num contexto em que os efeitos das mudanças climáticas no País são cada vez mais frequentes e severos.
Nos últimos anos, tempestades como Idai, Kenneth, Gombe e Freddy deixaram milhões de pessoas sem energia eléctrica, e causaram grandes prejuízos às infra-estruturas da EDM, estimados, numa média, entre 6 e 8 milhões de Dólares norte-americanos. O Ciclone Idai, por exemplo, foi o mais crítico, sendo que a destruição dos equipamentos eléctricos chegou ao custo de 88 milhões de Dólares norte-americanos.
Com efeito, as ocorrências dos fenómenos naturais impelem para a necessidade de maior preparação e planeamento, de longo prazo, visando minimizar os impactos destruidores dos desastres naturais nas infra-estruturas eléctricas da EDM ao longo do País.
Na ocasião, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EDM, Eng. Joaquim Ou-chim, referiu que a destruição de infra-estruturas eléctricas, devido às intempéries, não só compromete a excelência operacional, “como também atrasa o alcance da meta de Acesso Universal à energia eléctrica, até 2030, uma vez que, sistematicamente, somos forçados a fazer o redireccionamento de recursos que seriam usados para efectuar Novas Ligações, visando atender às intervenções de emergência e recuperação da Rede Eléctrica destruída, em grandes extensões”.
Ora, este financiamento do Reino da Noruega permitirá à EDM implementar acções de reforço e adaptação das infra-estruturas eléctricas, de acordo com padrões mais elevados e resilientes às mudanças climáticas, incluindo Linhas de Transporte e travessias de rios; aquisição de equipamentos, materiais de emergência e montagem de armazéns estratégicos; bem como a capacitação de equipas de resposta rápida, capazes de restabelecer a energia eléctrica, com eficácia, após a ocorrência de eventos climáticos extremos.
Nos próximos três (3) anos, este Fundo prevê reduzir em, pelo menos, 40% os danos causados por eventos climáticos na Rede Eléctrica Nacional (REN), encurtar em 60% o tempo de restabelecimento do fornecimento de energia eléctrica, e eliminar o acumulado de danos provocados por ciclones anteriores.
“O Fundo de Resiliência e Resposta a Desastres da EDM ajudará a reforçar as zonas mais expostas da Rede, acelerar as reparações de emergência e reconstruir a infra-estrutura, segundo padrões mais resilientes,” explicou o diplomata, tendo acrescentado que o objectivo do apoio é reduzir interrupções, acelerar o restabelecimento e proteger os serviços essenciais dos quais as famílias moçambicanas dependem diariamente.
“Quando a energia falha durante tempestades, hospitais, escolas e sistemas de abastecimento de água sentem imediatamente o impacto. O acesso à energia fiável é essencial, especialmente em situações de emergência. O nosso objectivo comum é reduzir as interrupções, acelerar o restabelecimento e garantir um serviço mais estável para a população moçambicana”, sublinhou o Embaixador do Reino da Noruega.
O Fundo de Resiliência e Resposta a Desastres integra um programa mais amplo, avaliado em 46 milhões de Dólares norte-americanos, sendo que, a Primeira Fase do acordo entre a EDM e a Noruega, em Novembro de 2024, permitiu a criação da Unidade de Gestão de Desastres da EDM, actualmente operacional e preparada para responder a situações de calamidades naturais.
Desde então, tem sido “possível adoptar soluções rápidas, robustas e resilientes para toda a infra-estrutura eléctrica, permitindo que a energia eléctrica continue a chegar a cada canto do nosso País, com segurança, fiabilidade e qualidade, visando impulsionar o desenvolvimento rápido e consistente das nossas comunidades”, reconheceu o PCA da EDM.
Refira-se, ainda, que, com este apoio da Noruega, a Unidade de Gestão de Desastres Climáticos da EDM coordenará medidas de preparação, supervisionará avaliações de risco e trabalhará em estreita colaboração com instituições como o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).
