O Presidente da República, Filipe Nyusi, orientou na manhã de hoje, 29 de Março, a cerimónia de inauguração da rede eléctrica do distrito de Mulevala, região agreste no interior da província da Zambézia, um dos novos distritos criados por iniciativa do Conselho de Ministros. Falando na ocasião para centenas de pessoas que testemunharam a cerimónia, Nyusi disse que a energia eléctrica é o principal impulsionador de desenvolvimento de qualquer sociedade mas “é necessário que todos se envolvam no trabalho para que o futuro seja brilhante”.
Mulevala está ligado à Rede Nacional de Energia da EDM desde o dia 16 de Outubro de 2018, respondendo, assim, à pretensão do Governo que pretende consolidar o distrito como unidade principal de organização e funcionamento da administração local do Estado; consolidar novos pólos de desenvolvimento com vista ao combate à pobreza e aproximar os centros de decisão política, administrativa e económica junto da população.
Mulevala, Luabo e Derre, na Zambézia, e Doa, em Tete, fazem parte do projecto de electrificação concebido pela EDM que, junto do Governo, mobilizou um financiamento no valor global de aproximadamente 18,4 Milhões de Dólares Americanos para electrificar as 4 sedes distritais acima mencionadas e o distrito de Marara, em Tete, as vilas fronteiriças de Rotanda e Espungabera (em Manica), distrito de Molumbo e vila fronteiriça de Milange (Zambézia).
O projecto de electrificação de Mulevala consistiu na construção de uma linha de transporte de energia eléctrica a 33kV ao longo de 113Km a partir de Mocuba. As localidades situadas entre Mocuba e Mulevala também beneficiam-se com o projecto, pois, foram montados 15 postos de transformação, construída uma linha de baixa tensão ao longo de 30 km e instalação de 120 candeeiros de iluminação pública. Numa primeira fase, serão ligados 1200 novos consumidores. No total, a EDM aplicou nesta sede distrital 170 milhões de meticais.
Falando para centenas de pessoas que seguiam a cerimónia oficial de ligação de Mulevala à Rede da EDM, o PR informou que a electrificação deste posto administrativo é resultado de uma promessa feita pela EDM quando, em 2017, efectuou uma visita à província da Zambézia. Nessa altura, a EDM garantiu que até finais de 2018 todos os 22 distritos da província seriam electrificados, permitindo que a população possa conservar melhor os produtos frescos e, quiçá, investir em novos negócios aumentando a sua renda com a criação de moageiras, serralharias, talhos e outras actividades que dependem de energia eléctrica para o seu funcionamento pleno.
“A energia eléctrica é o impulsionador principal para o desenvolvimento; sem energia não poderemos ter as nossas escolas, hospitais e fábricas a funcionar devidamente”, disse o PR.
Nyussi começou a sua intervenção falando da situação vivida pelas populações vítimas do ciclone Idai, tendo sublinhado o envolvimento do Governo e os seus parceiros - muitos deles voluntariamente – para ajudar a devolver a normalidade das pessoas afectadas. Destacou o trabalho da EDM na cidade da Beira que em tempo “record” conseguiu restabelecer, por meios alternativos, o fornecimento de energia aos serviços essenciais. “Estes homens que não falam mas mostram trabalho devem ser publicamente reconhecidos. Obrigado aos técnicos da EDM que com bravura e profissionalismo têm mostrado que SOMOS CAPAZES!”
A administradora de Mulevala, Adelina Tiroso, falando à nossa reportagem, visivelmente satisfeita com a ligação do distrito à rede eléctrica da EDM, disse que “este facto só prova de que o governo está preocupado com o bem-estar da população”. De acordo com a Administradora, o distrito dependia de grupos geradores, acarretando custos elevados insuportáveis para a sua administração. “Reconhecemos que a energia eléctrica é o impulsionador principal para o desenvolvimento; sem energia não poderemos ter as nossas escolas, hospitais e fábricas a funcionar devidamente”, disse Tiroso.
Recorde-se que grande parte dos trabalhadores contratados para a obra de electrificação de Mulevala fazem parte dos residentes locais, aliás, uma práctica comum em todos os projectos de electrificação rural levados a cabo pela EDM
Américo Lito, dono de um estabelecimento comercial em Mulevala, disse que vai passar, agora, a comercializar outros produtos que antes era quase impossível pensar neles, como é o caso de electrodomésticos.
Isabel Zita, parteira, manifestou também o seu agrado pela electrificação do distrito, “agora poderemos estender o horário de atendimento às parturientes e garantir a conservação de medicamentos”, disse.
Flipe Nyusi recordou, num breve comício popular a necessidade de se conservar o equipamento e infra-estruturas montadas pela EDM: “temos aqui no nosso seio inimigos do desenvolvimento, pessoas que não ficam satisfeitas em ver o nosso interesse em promover e acarinhar uma vida melhor para as populações. Pedimos que sejam vigilantes porque o equipamento que está a ser montado é mais vosso que da EDM”. Adiantou, o Chefe do Estado, que apesar de a energia estar já disponível “é necessário que os consumos sejam pagos porque só assim é que a EDM poderá continuar com a expansão da rede para outras zonas.”
O Governo de Moçambique tornou numa realidade a sua estratégia da expansão da rede eléctrica para as zonas rurais garantindo assim o desenvolvimento socioeconómico através de ligação de infra-estruturas sociais, económicas, industriais e boa parte da população Moçambicana à rede eléctrica nacional. Esta manhã, antes de Mulevala, o Presidente da República esteve no Gilé, na localidade de Alto Ligonha, onde efectuou o lançamento do programa de electrificação residencial, através de painéis solares, um plano integrado no projecto ENERGIA PARA TODOS.
A ligação à rede eléctrica nacional das novas sedes distritais é considerada por Jacinto Nyussi como prioritária e um indicador-chave para o seu desenvolvimento, podendo contribuir para a redução da pobreza através do crescimento económico.
O projecto de electrificação da sede distrital de Mulevala enquadra-se na política do Governo, aprovada pelo parlamento, e tem por objectivo fazer face a constante procura de energia eléctrica de qualidade, comparativamente a outras fontes energéticas, como reflexo imediato da estabilidade política, podendo, assim, contribuir no desenvolvimento social das zonas rurais bem como a reabilitação de infra-estruturas comerciais, industriais e agrícolas.
