Substituição de embarcações decorre com sucesso em Nacala

Substituicao da barcaca
Thu, 28/11/2019 - 12:30

Equipas conjuntas da Electricidade de Moçambique, E.P. (EDM) e da empresa turca Karpower procedem, desde a passada sexta-feira, 22 de Novembro de 2019, à substituição do barco gerador que alberga a Central Termoeléctrica Flutuante de Nacala, na província de Nampula, no norte do País.

Na sexta-feira, os operadores da Karpower procederam ao desligamento dos equipamentos de transmissão e, depois, dos próprios seis geradores de uma central que, desde Março de 2016, produzia 102.6 megawatts a partir de diesel ou óleo pesado, e à desmontagem de todos os sistemas de cabos que o ligavam à pequena subestação da barcaça, que canaliza a energia à subestação de Nacala, justamente na margem à entrada da cidade.

Segundo Lucas Mungoi, coordenador do Sistema de Operação e Comunicação da Karpower, a barcaça que desde 2016 se encontra nas águas oceânicas de Nacala, “saiu na noite de sexta (22/11). A operação começou às 20 horas de sexta, quando se parou com o último dos seis geradores e seguiu-se a preparação do navio para a sua deslocação do ponto onde se encontrava para ceder lugar ao outro navio que já se encontrava nas imediações.”

A operação de troca de posições entre as duas embarcações durou cerca de 24 horas, devido a ventos que entrementes se faziam sentir. Deslocada em segurança a primeira barcaça, havia que se esperar pelas condições atmosféricas apropriadas para a deslocação e posicionamento, também em segurança, da segunda, o que veio acontecer domingo dia 24.

Em termos comparativos, a anterior central tinha uma potência de 102.6 MWh e a nova tem 109.92 MWh: a outra produzia 17.1 MWh cada gerador, enquanto este novo faz 18.32 MWh.”

Mas a diferença não reside apenas na capacidade de produção. Estamos também diante de tecnologia de ponta em termos de sistemas e equipamentos de operação. Mas, mais: este novo sistema tem a vantagem de poder trabalhar a diesel, óleo pesado e a gás natural conforme for a opção da EDM, enquanto o outro trabalhava a diesel e óleo pesado só.

E a outra vantagem porventura a mais relevante é que a nova central confere maior estabilidade no sistema eléctrico. “Tem um equipamento chamado PSS (power system stabilizer) que vai ajudar a amortizar as oscilações na rede provocadas por perturbações várias, perdas de carga, de geração, de linhas de Alta Tensão, etc. Pode haver uma pequena oscilação, baixa de tensão, mantemos o fornecimento, não abanamos e nem colapsamos” – clarificou Mungoi.

Depois que a nova central se fixou no ponto certo, começou o processo de conexão dos condutores, que veio a ser concluído por volta das 15horas de segunda-feira, período em que o primeiro dos seis geradores foi accionado e começou a produzir energia eléctrica; após o que se desencadearam os trabalhos de parametrização, testes de desempenho dos mesmos e refinamentos. Na noite de segunda-feira (ainda no processo dos testes acima mencionados), a energia eléctrica começou a entrar na subestação de Nacala, ponto a partir do qual será injectada no sistema eléctrico da rede da pública EDM.

“A montagem da nova barcaça está a decorrer muito bem. Os testes estão a decorrer normalmente. As equipas da EDM e da Karpower estão conjuntamente focalizadas no sucesso desta operação e acreditamos que, na terça-feira 26 de Novembro, a central volta a injectar energia na rede e desta vez com uma qualidade melhorada” - referiu a Enga. Nilsa Pelembe, Directora de Operação do Sistema da EDM.

Espera-se que até dia 2 de Dezembro próximo os trabalhos estejam concluídos e o sistema elétrico norte volte a normalidade.

A Central Termoeléctrica Flutuante de Nacala é um projecto do Governo moçambicano estruturado pela empresa Electricidade de Moçambique E.P. em 2015 e realizado em 2016, visando assegurar disponibilidade de energia eléctrica e maior fiabilidade e estabilidade no sistema na região norte do País, que registava instabilidade em face da distância da hidroeléctrica de Cahora Bassa, principal e na altura única fonte de alimentação da região Norte (cerca de 2000km). Outrossim, visava fornecer energia eléctrica à República da Zâmbia, a braços com um défice de energia eléctrica.

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